28/03/2016

Prédio Nº383 – 385 Rua de Alexandre Herculano

E pronto! Encontramos mais um exemplar Art Deco da autoria do arquitecto Mário Augusto Ferreira de Abreu num péssimo estado (e julgamos ainda ser capazes de descobrir mais). Desta vez foi na freguesia da Sé, na Rua de Alexandre Herculano, onde o estado de vários edificações continua a dar uma péssima imagem para esta cidade – relembrando que todos os dias chegam aqui pessoas provindas dos mais diversos pontos do país através de camionetas de transportes de passageiros, para além dos turistas que se espantam e questionam como é possível imóveis históricos chegarem a tamanho estado de degradação.

Enquanto não vemos pequenas placas ou sinais a marcar roteiros das obras dos mais notáveis arquitectos da cidade do Porto (começando evidentemente por Nicolau Nasoni e José Marques da Silva) ou não evoluímos no sentido de uma promoção mais eficaz da Art Deco (como da Arte Nova – porque motivo ambos os estilos são quase eclipsados nos livros de História de Portugal e procura-se destacar mais o que foi feito noutros países da Europa durante o mesmo período de tempo?), pelo menos vamos ansiando pela reabilitação de um prédio que já deveria ter sido reabilitado há um bom período de tempo.

A história deste prédio recua ao ano de 1937 quando o dono do terreno onde actualmente se encontra, Augusto Alberto de Souza, residente na Rua do Bonfim, planeia e requere licença para a construção de um imóvel que sirva de recolha de carros e contenha habitações. Mais tarde, em 1939, confiando o projecto a Mário Augusto Ferreira de Abreu, opta por alterá-lo substancialmente, embora acabasse por servir na mesma o propósito que o proprietário planeava. Ainda hoje serve de parque de estacionamento automóvel – os pisos da habitação é que se encontram vazios (ou pelo menos tudo assim o indica, dados os sinais exteriores).

Além de um antigo conjunto envidraçado do primeiro piso se encontrar completamente emparedado, a fachada do prédio encontra-se de tal forma degradada que o próprio betão aparece corroído, como se tudo o que revestisse a estrutura do imóvel estivesse a derreter. Para quem ali passa não é difícil perceber que se não for intervencionado o quanto antes, vários pedaços de betão e reboco continuarão a cair… Só esperamos que não atinja ninguém ou que não se liberte algum pedaço grande o suficiente capaz de causar sérios danos a pessoas e viaturas. 

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