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19/04/2016

PROJECTO RIM para Reaproveitar a Ponte Maria Pia



Embora uma alteração estrutural ou a adição de um novo tabuleiro para a emblemática Ponte Maria Pia por norma nos cause apreensão, também há que assumir que por vezes para melhor tirar partido de um monumento histórico há que saber “sair fora da caixa” e aceitar que há intervenções modernas bem pensadas em estruturas antigas que só as melhoram e as revalorizam – e foi exactamente o que pretenderam os mentores do PROJECTO RIM: o arquitecto e aluno de engenharia civil Miguel Lopes de Sousa em parceria com o colega arquitecto Rui Israel, que desejaram assim projectar uma nova via pedonal e uma ciclovia para unir as marginais do Porto e Gaia segundo um critério minimalista, vencendo o prémio do concurso de ideias do ISEP «Desafio 2016».

A ideia não nos desagrada, uma vez que o seu impacto seria reduzido e os critérios para a sua construção seriam claramente funcionalistas, além de tirar partido de um monumento classificado que merece ser reaproveitado (e bem mais estimado, diga-se). Mas em última estância deveriam ser os cidadãos do Porto a dar uma opinião final e a votar este projecto para assim reanimar a ponte que se encontra sem utilidade há demasiados anos.




Ao imaginarmos um novo tabuleiro parece óbvio questionarmos se esta adição não alterará profundamente o design único da ponte e o que poderia implicar em termos de paisagem. Em primeiro lugar isso acontece porque as imagens disponibilizadas (ainda) não nos fornecem dados suficientes para calcular o seu impacto no conjunto; mas tendo em conta a incoerência e o impacto do betão na paisagem da vizinha Ponte de S. João, um novo tabuleiro na emblemática ponte parece ser o menos – mais do que uma questão de estética, que poderia ser resolvida de vários modos, ainda para mais se prevendo minimalista, apenas declinaríamos a madeira como material de eleição porque alternativas igualmente neutras (discretas) e de melhor manutenção ou com maior resistência ao desgaste hoje em dia não faltam (placas compósitas de madeira com PVC são um mero exemplo).


Mas o mais importante desta iniciativa, além de comprovar o interesse pelo ISEP, Mota Engil e pelas Câmaras do Porto e de Gaia que a apoiaram e deram valor às ideias das mentes que por norma o nosso país desperdiça ou convida a emigrar, é realmente a adaptação da Ponte Maria Pia a um propósito de eficiência energética: neste caso englobaria a colocação de painéis solares no tabuleiro superior da ponte para produção de energia para iluminação própria – é apenas uma amostra (muita positiva, evidentemente) do potencial que esta ponte nos oferece em termos de captação de energias renováveis, algo que TODAS as outras pontes que atravessam o rio Douro deveriam conter, se existisse vontade para tal...  


Fonte:




24/02/2014

Ponte Maria Pia


Quando um dado monumento não apresenta evidências de degradação, tal não significa que deixa de suscitar preocupações ou desejos de uma intervenção no sentido de valorizá-lo e servir um determinado propósito na nossa cidade. Por vezes o monumento pode não ter utilização e deixar de servir plenamente o propósito para o qual foi erguido, mas no caso da Ponte Maria Pia a sua inutilização e o estado de abandono não se justificam.

Esta ponte é a mais antiga que ainda se encontra de pé sobre o rio Douro, que liga Porto e Vila Nova de Gaia. Custa-nos ignorar que foi projectada pelo gabinete de Gustave Eiffel em 1876 e terminada já em 1877, inaugurada pelo rei D. Luís I. É uma preciosidade do século XIX. Exerceu a sua função durante mais de cem anos, como parte da linha ferroviária do Norte.


Mesmo classificada como Monumento Nacional, já em 1982, ninguém pretendeu mais assumir a responsabilidade pela manutenção desta ponte. A REFER abandonou-a e as autarquias de Porto e Vila Nova de Gaia também imitaram o gesto. Nunca estudaram nenhum plano para reabilitá-la, dando-lhe uma nova função. Não tendo que ser necessariamente pedonal, poderia servir para o trânsito automóvel ou para uma extensão da linha do metro (mesmo só tendo uma direção).

Antes que os sinais de degradação se intensifiquem ou suscitem maior motivo de preocupação, esperemos que a ponte seja devidamente recuperada e à qual saibam atribuir uma função para que os cidadãos de ambas as cidades separadas pelo rio Douro possam usufruir da mesma.

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