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07/03/2016

Cine-Teatro de Ermesinde



Numa rua estreita que não se situa muito longe do centro de Ermesinde situa-se um dos edifícios mais imponentes da cidade que teve uma destacada importância cultural durante a segunda metade do século XX. Trata-se do seu Cine-Teatro local, que apesar de passar um pouco despercebido, ainda tem uma dada relevância para a história da cidade.

Existe a referência à existência de um Cine-Teatro de Ermesinde pelo menos desde os anos 20 do século anterior, sobretudo porque veio a ser palco das actuações da União Dramática Beneficente de Sá, fundada em 1929. Mas essa referência não diz de certeza absoluta respeito a este edifício de betão que hoje se encontra devoluto. Apesar da inexistência de informações relativamente ao período em que foi erguido ou quem foi o seu arquitecto, não é difícil reconhecer uma linguagem própria que acompanha o rigor do Português Suave, o que nos leva a especular, sem certezas, que terá sido erguido entre os anos 50 – 60 do século XX; possivelmente até poderá ser anterior, mas estimamos que a nossa margem de erro não é grande. (E não é errado acusar aqui a presença de uma linguagem Art Deco austera que é mais típica dos anos 40, mas que foi adaptada e combinada formalmente com a arquitectura portuguesa característica do Estado Novo, verificando-se exemplos que se prolongam para lá dessa década).



Gostaríamos de revelar mais sobre o Cine-Teatro de Ermesinde, e é possivelmente que futuramente venhamos a descobrir mais, mas independentemente da sua origem, que acompanhou certamente a procura crescente da população local pelas artes do espectáculo e sobretudo pelo cinema, podemos afirmar que esteve em funcionamento até meados dos anos 70, explorado por Cunha Reis. Após a sua morte, o seu filho foi obrigado a encerrá-lo mediante a quebra da procura da projecção de filmes e com a vulgarização e popularização do vídeo – um fenómeno que afectou muitos cine-teatros de funções idênticas espalhados pelo país. Encontra-se abandonado desde então.

Em tempos, a Câmara Municipal de Valongo, concelho ao qual pertence a cidade de Ermesinde, tencionava adquirir o edifício para requalificá-lo e restituir-lhe algumas das suas funções similares, procurando devolver à cidade um monumento com um dado valor cultural, mas com a abertura do Maiashopping nos anos 90 com onze salas de cinema tão perto do centro da cidade esse plano foi definitivamente abandonado.

03/02/2016

Hotel Mirassol em Miramar


Inaugurado em 1957 e orientado segundo as linhas do Português Suave, o Hotel Mirassol em frente à Praia de Miramar (Vila Nova de Gaia) foi uma das unidades hoteleiras com maior procura no Litoral Norte durante os finais dos anos 50 e no decorrer dos anos 60 e 70. Mas devido ao desordenamento urbanístico ocorrido em Miramar em torno do hotel – que até não é pior do que em muitos outros locais e freguesias de Vila Nova de Gaia – o lugar sofreu um dano paisagístico e, naturalmente, o Hotel Mirassol veio a perder o seu encanto, acabando por ser obrigado a encerrar nos anos 90.

Desde então, o Hotel permaneceu abandonado e tem vindo a degradar-se até hoje, estando à mercê do vandalismo. É certo que em 2002 parte do hotel e dos edifícios adjacentes de «mau gosto» foram demolidos, a zona marginal costeira foi intervencionada graças à Câmara Municipal de Gaia e desde então que se tem previsto recuperar o edifício principal do hotel para englobar vários projectos de aproveitamento daquela estância. 



O primeiro projecto de reaproveitamento previa adicionar um prédio com vários apartamentos de 4 estrelas para associados do Cofre de Providência de funcionários e agentes do Estado. Mas uma mudança na direcção, ocorrida entre 2006 e 2007 cancelou essa construção e decidiu vender o terreno. Em 2008 foi anunciada então o reaproveitamento do hotel pela Simoga, empresa detida por accionistas da Salvador Caetano. Mas em 2009 o terreno foi novamente vendido e passou para as mãos da AutoPartner Imobiliária SA que pertence à Salvador Caetano. E, desde então, apesar das várias intenções e promessas, o Hotel Mirassol continua a arruinar-se.

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