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28/01/2016

Quinta e Palacete da Ponte da Pedra


Perto da antiga estrada romana que ligava a cidade do Porto (Cale) a Braga (Bracara Augusta) situa-se uma propriedade de campo secular que se estende até à margem do rio Leça, que é atravessado justamente pela velha ponte de pedra medieval de fundação romana mais conhecida por Ponte da Pedra, que daria o nome à quinta.

Mesmo que se presuma que a propriedade de campo possa ser muito mais antiga – tal como são muitas quintas existentes nos arredores do Porto – o palacete que a caracteriza data do século XVIII e foi conhecido durante décadas pelos habitantes de Leça de Balio por Palacete Oitocentista. É certo que mereceu maior atenção durante o século XIX, pois foi ampliado e funcionou como residencial durante essa altura e tornou-se o local predilecto de Camilo Castelo Branco para passar férias no Porto, uma vez que dispunha de praia fluvial e aprazíveis jardins ideais para o repouso ou para a inspiração de um escritor tão dedicado (não é difícil imaginar que possam ter sido intervencionados pela arte decorativa de Nicolau Nasoni no século anterior).



Também se consta que neste palacete se chegou a instalar o rei D. Miguel durante a guerra que travou com o seu irmão D. Pedro IV. Mais tarde, no início do século XX, a proprietária da Quinta da Ponte da Pedra doou-a ao Estado Português por não possuir herdeiros e o local veio a servir de albergue das pessoas idosas. Essa condição de albergue continuou até à revolução de 25 de Abril de 1974, quando os idosos foram recolhidos no Lar do Monte dos Burgos e o palacete ficou disponível para acomodar famílias retornadas das ex-colónias.

Infelizmente, os maus tratos verificados no palacete da Quinta da Ponte da Pedra já se sucedem desde a altura em que foram acomodadas as famílias de retornados, que não pouparam nem os seus jardins ao completo vandalismo que se estendeu até 2001, ano em que foi retirada a última família. Para piorar a situação do monumento, deflagrou um incêndio em 2005 que devastou grande parte do palacete.



Ainda hoje, apesar do conjunto de intenções da Câmara Municipal de Matosinhos para proteger a propriedade e reabilitá-la, o palacete e os edifícios adjacentes da quinta continuam devolutos, ensombrado uma área repleta de história e vital para a arqueologia e para o desenvolvimento cultural de Leça de Balio, que é o rio Leça e as áreas de proximidade do seu notável mosteiro, que se situa nas imediações.

01/09/2014

Torreões da Quinta dos Castelos


Perto do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Coimbrões, em Vila Nova de Gaia, existe um terreno desaproveitado com um conjunto de monumentos misteriosos que chamam a atenção devido ao ar de mistério que transmitem. Além de uma torre no centro do terreno coberto de mato, existe um pequeno conjunto de torreões que lembra a entrada magnânima de um castelo, virada para a linha de comboio. Na verdade trata-se do que sobreviveu de uma propriedade conhecida na zona por Quinta dos Castelos e, como esta entrada composta de pórtico é composta de três torrões, ou por ser o terceiro elemento evidenciado como "castelo" da quinta, a propriedade também é conhecida por Quinta dos Três Castelos.

Esta construção invulgar nasceu da visão do proprietário Bernardo Soares de Almeida que em 1907 imaginou erguer um muro em betão coberto de ameias segundo o gosto revivalista da própria casa já demolida (no lugar onde hoje está instalado o quartel dos bombeiros e uma escola). 


Custa-nos compreender porque o terreno onde se situa esta curiosa construção nunca foi reaproveitado devidamente ou porque estes torreões de betão se encontram em estado de abandono. Estamos certos que no passado albergou um jardim luxuriante e bem tratado, do qual persistem diversos elementos como uma torre e uma pequena gruta artificial que conteria um lago, ambos vistos através de um elegante portão com gradeamento já enferrujado; hoje é apenas um local de meter medo, inspirando todo o género de mitos urbanos bem conhecidos entre a população local que encara este conjunto de monumentos sombrios apenas com desagrado.

28/08/2014

Quinta dos Salgueiros ou dos Ingleses


Esta quinta situa-se na zona das Antas e é neste momento um verdadeiro conjunto de ruínas que acolhe toxicodependentes ou sem-abrigos temporários, bem como uma extensão de matagal propício à proliferação de ratos. Sem dramas e sem críticas de maior, escapa-nos o motivo pelo qual continua votada ao mais completo desprezo. Já está em ruínas há muito (demasiado) tempo, desde a altura em que foi construído o antigo Estádio das Antas. Está mais que comprovada a sua secularidade, nas quais detectamos elementos barrocos do século XVIII. Nos tempos em que foi habitada deve ter sido uma das propriedades mais aprazíveis da cidade do Porto; desde os finais do século XX que se encontra num estado lastimável.

Já muito foi escrito e debatido sobre esta propriedade abandonada (curiosamente, nunca foi sequer mencionada na Monografia de Campanhã). Estudos, soluções e interesses para reaproveitá-la nunca faltaram aos mais interessados instruídos no assunto. O que falta mesmo é uma acção para recuperá-la e restituí-la aos seus tempos de maior esplendor.


O número 341 ainda marca a entrada principal num portão da propriedade. Continuando por essa entrada deparamo-nos com um antigo obelisco barroco derrubado que fez parte de uma fonte. Atrás dessa fonte, escondida pelo mato, fica uma escadaria que liga à casa principal, de dois pisos e rasgada por várias janelas rectangulares, na qual ainda são vísiveis as várias chaminés das diversas lareiras que possuiu a casa. Do lado esquerdo de quem entra vê-se a capela; atrás da casa segue-se um conjunto de pátios, com mais ruínas de um tanque, de um estábulo e provavelmente do que deve ter sido a casa de criados. Tudo indica que noutra época deve ter tido um conjunto de jardins elegantes, que incluiriam os famosos salgueiros que baptizaram a propriedade.


Ignoramos se esta quinta terá sofrido com os combates do Cerco do Porto entre 1832-33 ou se nela se acomodaram tropas, uma vez que bem próximo existiram dois redutos fortificados onde foram colocados a artilharia dos liberais sitiados. Sabemos é que foi recuperada e continuou a ser habitada após o conflito, até meados dos anos 50 do século XX, pelo menos. Mas não foi a guerra que a destroçou, apesar da sua aparência; foi o desprezo, o tempo e o vandalismo de quem vê num conjunto histórico algo de pouco a estimar.

Poderiamos dizer muito mais sobre esta quinta, mas será escusado, pois as imagens do triste cenário falam por si. Talvez um dia alguém ainda se lembre de nela instalar uma pousada, por estar tão bem situada e conjugar elementos do campo e da cidade. Por enquanto, vai continuar a ser avistada por quem passa na VCI como o mais intrigante monumento no conjunto de outros tantos próximos da Alameda das Antas, que desce até ao Estádio do Dragão.

15/02/2014

Quinta da Lameira/Parque de S. Roque


O Parque de S. Roque, em Campanhã, hoje não existiria nem seria uma das principais áreas verdes da cidade do Porto se não tivesse sido erguido a Quinta da Lameira, uma entre várias propriedades da rica família Calém, ligada à exportação de vinhos do Porto.

A casa da quinta, cuja arquitectura combina elementos do final do século XVIII com vários outros do século XIX, tem uma aparência de palacete, do qual se destacam os motivos em ferro forjado do gradeamento visível das janelas, varandas, portões e corrimões, para além de alguns frisos de azulejaria e da cantaria no rebordo das telhas. O parque em si é na realidade um conjunto característico de um verdadeiro jardim romântico, disposto em patamares, com variados recantos, um lago, um chafariz de ferro forjado, um miradouro circular e até um lago numa gruta.




Em Agosto de 1978, a Câmara Municipal do Porto comprou ao então proprietário, Dr. António Eugénio de Castro Ramos Pinto Calém, uma parcela da quinta com a superfície de 11 900 m2, mediante o pagamento da quantia de 10 100 000$00. Esta primeira parcela correspondia ao solar e aos terrenos envolventes, incluindo os formosos jardins. Cerca de noves meses mais tarde, em Maio de 1979 é adquirida a segunda e última parcela com a superfície aproximada de 30 000 m2 e custando 8 600 000$00. Esta parcela corresponderia à área da frondosa mata. Todo este conjunto formado por estas duas parcelas de terreno forma hoje o Parque de S. Roque, cuja abertura ao público se efectuou em 20 de Julho de 1979.

Na casa da quinta, junto à rua de S. Roque da Lameira, funcionou em tempos o Gabinete Urbanístico da Cidade do Porto. Hoje está fechada e a necessitar de uma nova reabilitação. O parque de S. Roque, que teve custos elevados para ser adquirido pelo município do Porto, está num curioso estado de semi-abandono, o que não deixa de ser curioso quanto mais o seu enorme potencial, tendo sido já desenvolvida a proposta de se inserir num contexto de circular verde, cuja via ligaria os vários parques da cidade e espaços verdes através de um percurso urbano alternativo.

17/01/2014

Torre/Mirante Quinta do Fojo


Uma das estruturas mais invulgares edificadas em Vila Nova de Gaia é uma torre arruínada que é possível avistar da autoestrada A1/IC1 na direcção da cidade do Porto.

Situada na área de Canidelo, não muito longe da fábrica abandonada do Fojo, é justo situar os primórdios desta construção no período medieval (senão mais antigo) onde serviu de atalaia e comunicava directamente por sinais de fumo e fogo com o antigo Castelo de Gaia, já que no local onde se situa era possível avistar uma larga área da costa marítima que antecedia a foz do Douro. Apresentando características que apontam provavelmente o século XII como principal período de construção (ou de reconstrução), a torre acabaria por perder a sua utilidade com o passar dos séculos.


Ora, no início do século XVIII, os terrenos em torno da torre medieval foram adquiridos pelo general inglês William Neville, que fundou e construiu a casa da Quinta do Fojo, uma rica propriedade que se estendia por uma vasta área. A torre acabou por ser aproveitada para servir de mirante para os proprietários da quinta; foi-lhe adicionada uma escadaria exterior de pedra e diversos elementos decorativos em cantaria, enquanto o interior foi preenchido de cascalho e enormes blocos de pedra.

Actualmente, a torre faz parte de um horto. Junto da mesma situa-se um tanque da quinta secular, também abandonado, e parte da estrutura encontra-se desmoronada e as suas paredes em risco de ceder ainda mais pela força das pedras interiores e do cascalho. As plantas trepadeiras que a envolvem também não ajudam, mas sem dúvida que é uma estrutura cujo valor patrimonial merecia ser reconsiderado. 

05/01/2014

Quinta do Covelo


As ruínas da Quinta do Covelo, em Paranhos, escondem uma história riquíssima. Era conhecida por Quinta do Lindo Vale ou da Boa Vista devido à beleza da paisagem circundante. Data de 1720 a sua construção e o seu primeiro proprietário foi o capitão Pais de Andrade, fidalgo da Casa Real, que deixou extensa propriedade às suas duas filhas. Veio posteriormente a ser conhecida por Quinta do Covelo quando foi comprada por um comerciante de Amarante chamado Manuel José do Covelo, que logo tratou de a melhorar e tirar máximo partido da mesma para produzir cereais e vinho.

Quando Manuel José do Covelo faleceu, acabou sepultado na capela anexa dedicada a Santo António, que não conserva a sua cruz de pedra no alto do frontão da frontaria, nem os sinos dos dois campanários desmantelados. A propriedade foi adquirida depois por Manuel Pereira da Rocha Paranhos, que a legou aos seus descendentes e essa é a principal razão pela qual veio a ser também conhecida por Quinta de Paranhos. 


Os principais danos sofridos pela casa e capela da quinta ocorreram em 16 de Setembro de 1832, na sequência das lutas entre liberais e absolutistas durante o Cerco do Porto. Foi precisamente naquele local estratégico que esteve situada parte da artilharia dos absolutistas que, ao transformar sem pudor a quinta numa autêntica fortaleza, vigiavam os movimentos dos civis de Paranhos para impedi-los de abastecer com alimentos a cidade cercada. Ora, nesse dia funesto para a quinta, os liberais avançaram para contrariar os propósitos dos absolutistas e arrasaram a dita quinta fortificada, desalojando o inimigo e incendiando-a (apesar de se sucederem outros combates pela posse da mesma).

Após a luta entre liberais e absolutistas no século XIX, a Quinta do Covelo nunca mais recuperou dos estragos sofridos. E nem lhe valeu que um dos descendentes de Manuel Pereira da Rocha Paranhos a deixasse parte da propriedade à Câmara Municipal do Porto e outra parte da mesma ao Ministério da Saúde para servir de unidade hospitalar no tratamento da tuberculose, em 2009.

A casa principal e a capela anexa da Quinta continuam a ser um conjunto de ruínas, junto a um parque infantil. Talvez, futuramente, as crianças que ali brincam podem um dia regozijar-se de assistir no mesmo espaço as batalhas recreativas das lutas entre liberais e absolutistas durante o Cerco do Porto, dando a conhecer a possíveis participantes e visitantes parte da nossa mais ilustre história.

01/01/2014

Quinta de Vila Meã


A Quinta de Vila Meã, ou da Mitra, situa-se na freguesia de Campanhã, é de origem remota e já no século XV estava na posse da nobre família dos Vieiras.

Vários registos escritos atestam que a propriedade pertenceu à família dos Vieiras durante muito tempo, até à sua união com a família Araújo. Em 1866, a propriedade foi vendida ao comendador José Joaquim Pereira de Lima. Nos anos 20 do século XX os herdeiros do comendador venderam-na à família Mitra, razão porque hoje em dia é mais conhecida por Quinta da Mitra.


Actualmente a parte edificada apresenta todas as características de uma rica propriedade do século XVIII, onde as linhas do Barroco serpenteiam nos pormenores decorativos da capela da casa. A extensão original dos seus terrenos cobria uma vasta área que hoje é ocupada por estradas e habitações – só para se fazer uma ideia, a propriedade estava compreendida entre a zona da Corujeira e o Monte Escoural, onde se situa a Quinta de Bonjóia.

É o Movimento Terra Solta, com a total colaboração da Junta de Freguesia de Campanhã, que hoje ocupa esta quinta e faz os possíveis para reabilitar e reconverter o espaço para transformá-la na Quinta Pedagógica da Mitra, explorando-a como local de cultivo biológico, respeitando os preceitos de maior coerência e sustentabilidade da agricultura urbana.

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