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12/05/2016

Escola Preparatória do Cerco


O que já foi uma escola é hoje em dia mais um daqueles espaços desocupados que servem os piores propósitos que habitualmente identificamos nas áreas mais desprezadas e devolutas da cidade do Porto: extremo vandalismo ou tráfico e consumo de droga aliados a outros negócios ilícitos (acresce-se a isto a indicação de ser uma zona de prostituição, segundo quem reside nas imediações).

Tratando-se de uma área abandonada e degradada contígua à nova escola Básica e Secundária do Cerco que foi requalificada pela Parque Escolar há poucos anos, pergunta-se o que falhou para que se tornasse um conjunto decadente na qual se verificam actividades que deixam pais e educadores, bem como muitos moradores próximos, altamente alarmados e indignados. Com esta requalificação e consequente esvaziamento da velha Preparatória, previa-se em 2010 a sua apropriação por um novo centro de saúde substituto da precária Unidade de Saúde do Ilhéu, algo que não se veio a concretizar, permitindo-se que a velha escola se degradasse e sofresse os efeitos da rapina consecutiva de materiais construtivos (principalmente metálicos).




Este caso não é apenas um síndrome de desprezo pela zona oriental do Porto e por uma das freguesias mais pobres da cidade, em que o Estado (também) é fortemente culpado, mas um exemplo que na inadequação do reaproveitamento atempadamente de imóveis ou estruturas disponíveis podem-se gerar e alimentar os graves problemas que em parte a própria reabilitação pretende combater – a garantia de requalificação de bens, imóveis e equipamentos para servir adequadamente um grupo de cidadãos ou uma dada população; nunca para prejudicá-los. 

26/04/2016

Escola Primária do Passeio Alegre



Já há mais de dez anos que o desaproveitamento desta antiga escola primária do início do século XX junto ao Passeio Alegre, na Foz do Douro, causa pena a antigos alunos e moradores próximos que a apreciam devido ao seu valor histórico e arquitectónico. Causa pena porque apesar de um dado conjunto de intenções demonstrado por diferentes executivos que passaram pela Câmara Municipal do Porto e pela Junta de Freguesia local o elegante edifício permanece abandonado.

Erguido em betão, de influência Arte Nova e com um toque claramente classicista acusado pela colunata dórica, relembra a arquitectura do antigo Matadouro Industrial (será possível atribuí-la ao mesmo ao mesmo autor que o projectou?) que, embora sendo em menor escala e obedencendo a uma planta mais estreita, parece igualmente obedecer a um plano basilical. Começou por ser um jardim-de-infância (escola infantil) já planeado em 1914, erguido a partir do ano seguinte para ser inaugurado em 1916, funcionando como colónia senatorial marítima durante os meses de Verão. Com a implantação do Estado Novo tornar-se-á a Escola Primária Nº85 – escola primária masculina (!) – e continuou a funcionar como tal até meados dos anos 90 do século XX.

Encerrada e sem utilidade, fez-se um levantamento em 1999 para aqui se instalar um Museu Vivo da Escola Primária, prevendo-se alterar e ampliar o edifício para tal (o que nos parece ridículo), mas foi um plano que não saiu do papel. Mais tarde, em 2004, previa-se a mudança da Junta de Freguesia da Foz do Douro para este edifício, mas foi mais um projecto que permaneceu na gaveta. Mais recentemente, em 2014, o actual presidente da câmara deu a conhecer a intenção de envolver esta antiga escola num projecto de total requalificação da área do Passeio Alegre, transformando-a numa «club house» dos campos de ténis que por enquanto se encontram adossados à velha Fortaleza de S. João Baptista e que deverão ser retirados e reerguidos junto à escola, mas ignoramos se esse plano virá ainda a concretizar-se.

21/03/2016

Escola Secundária Alexandre Herculano com Tectos a Cair e Pisos a Aluir

Infiltrações de água, tectos a cair, aluimento de pisos e derrocadas, caixilharias das janelas apodrecidas e sobrecargas eléctricas sistemáticas na Escola Secundária Alexandre Herculano da autoria de José Marques da Silva… É isto que relata o JN da passada sexta-feira.

Já há algum tempo que temos dado conta de relatos do género e já foi anunciado que esta escola, projecto de um dos mais notáveis arquitectos da cidade do Porto, necessitaria de obras, mas não julgávamos que o caso fosse tão (apesar da presença de musgo na fachada principal já nos ter causado alguma preocupação).

Esta escola é um ícone da arquitectura civil portuguesa do início do século XX e é mesmo difícil acreditar que nos últimos anos não se fizeram as obras de manutenção mais básicas para evitar prejuízos piores ou garantir a sua dignidade – tanto mais com as centenas de milhões de euros que já foram gastos (em parte esbanjados/desperdiçados) com a Parque Escolar! Em matérias civilizacionais há que saber definir prioridades e antes de se falar simplesmente do património há que salientar que a Saúde e a Educação não se brinca; afinal são dois pilares valiosos da nossa sociedade, não são? E com sentimentos de exclusão deve-se brincar ainda menos, a não ser que queiramos regredir ao século XIX: o caso desta escola parece descrever um dos mais tristes problemas que a população do Porto enfrente há décadas (ou talvez mais), que é a sua divisão por uma área ocidental e oriental, fazendo com que os habitantes de Bonfim e Campanhã (sobretudo os de Campanhã) continuem a ser mais prejudicados.

Por curiosidade, não reunimos até ao momento o mesmo tipo de relatos graves na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, que é justamente da autoria do mesmo arquitecto e da mesma época… Embora possamos estar errados no que toca à sua manutenção, a título de comparação, isso dá que pensar.

12/02/2016

Creche d’O Comércio do Porto


Estudar o património esquecido, desprezado ou simplesmente abandonado do Porto não é só revelar parte de uma história ainda a descobrir ou a ser valorizada; é simplesmente depararmos com a triste realidade de que não houve nenhum grande arquitecto ou artista na cidade que não tenha tido pelo menos uma obra sua votada ao abandono (veja-se o caso do Palácio de Freixo de Nicolau Nasoni antes de ser reabilitado no início do séc. XXI ou da Casa Manoel de Oliveira projectada por Souto Moura). E se isso é realidade para todos, não poderia ser diferente para uma das obras do arquitecto Rogério de Azevedo (1898 – 1983): a Creche d’O Comércio do Porto na Avenida Fernão de Magalhães.

Foi no ano de 1930 que o presidente da associação apresenta o projecto de construção desta creche com a intenção de receber até 430 crianças num pequeno terreno cedido pela Câmara Municipal do Porto. Inicialmente Rogério de Azevedo pretendia no seu projecto incluir um espaço maior de jardim para as crianças, mas lamentavelmente tal não se veio a concretizar, pois o espaço exterior teve de ser encurtado. No entanto, o edifício mantém uma configuração original, marcado pelas linhas Art Deco a nível de vários remates, nas janelas e amplos janelões e ainda nos sugestivos painéis com relevos com temas florais ou de carácter infantil. 

04/03/2014

Colégio Luso Internacional do Porto


Nós não percebemos o projecto de reabilitação do Colégio Luso Internacional do Porto. Aliás, ninguém parece perceber. Não se percebe se as obras avançam, ou se foram interditadas, se estão apenas interrompidas, ou se há realmente um projecto em vigor. Sabe-se apenas aquilo que já se sabia há um ano atrás, e um ano anterior a esse: as ruínas do Colégio Luso Internacional continuam a ser ruínas.

Construído no início do século XX, foi propriedade da STCP e funcionou como uma subestação de fornecimento de energia aos eléctricos da cidade. Esteve activo até 1974, ficou devoluto e foi cedido em 1986 para servir então de colégio, onde funcionou como tal durante mais de dez anos.


Quando em 2001 foram inauguradas as novas instalações do Colégio Luso Internacional, o edifício voltou a ficar sem utilidade. Foi previsto transformar-se numa discoteca e existe um projecto da mesma, do grupo K, conhecido por “Kasa da Praia”. Sempre existiram pareceres negativos ou contrários a este projecto por parte do IPPAR e o processo desenrolou-se até hoje, permitindo que o edifício chegasse ao completo estado de ruína.

No âmbito das últimas corridas de automóveis na Avenida da Boavista, em 2013, as paredes das fachadas exteriores do edifício foram pintadas. E existem todos os sinais que indicam a vontade de reabilitar o edifício desde então… Mas reabilitá-lo para se transformar no quê? Na referida discoteca? E porque as obras se arrastam de uma forma tão vagarosa? Ninguém sabe.

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