Já há mais de dez anos que
o desaproveitamento desta antiga escola primária do início do século XX junto
ao Passeio Alegre, na Foz do Douro, causa pena a antigos alunos e moradores
próximos que a apreciam devido ao seu valor histórico e arquitectónico. Causa
pena porque apesar de um dado conjunto de intenções demonstrado por diferentes
executivos que passaram pela Câmara Municipal do Porto e pela Junta de
Freguesia local o elegante edifício permanece abandonado.
Erguido em betão, de
influência Arte Nova e com um toque
claramente classicista acusado pela colunata dórica, relembra a arquitectura do
antigo Matadouro Industrial (será possível atribuí-la ao mesmo ao mesmo autor
que o projectou?) que, embora sendo em menor escala e obedencendo a uma planta mais estreita, parece igualmente obedecer
a um plano basilical. Começou por ser
um jardim-de-infância (escola infantil) já planeado em 1914, erguido a partir
do ano seguinte para ser inaugurado em 1916, funcionando como colónia
senatorial marítima durante os meses de Verão. Com a implantação do Estado Novo
tornar-se-á a Escola Primária Nº85 – escola primária masculina (!) – e
continuou a funcionar como tal até meados dos anos 90 do século XX.
Encerrada e sem
utilidade, fez-se um levantamento em 1999 para aqui se instalar um Museu Vivo da
Escola Primária, prevendo-se alterar e ampliar o edifício para tal (o que nos
parece ridículo), mas foi um plano que não saiu do papel. Mais tarde, em 2004,
previa-se a mudança da Junta de Freguesia da Foz do Douro para este edifício,
mas foi mais um projecto que permaneceu na gaveta. Mais recentemente, em 2014,
o actual presidente da câmara deu a conhecer a intenção de envolver esta antiga
escola num projecto de total requalificação da área do Passeio Alegre,
transformando-a numa «club house» dos
campos de ténis que por enquanto se encontram adossados à velha Fortaleza de S.
João Baptista e que deverão ser retirados e reerguidos junto à escola, mas
ignoramos se esse plano virá ainda a concretizar-se.
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