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02/02/2016

3 Casas de Siza Vieira no Bairro de S. Victor



Já há alguns anos que se fala com interesse das intenções por parte da Escola Artística e Profissional do Porto em criar um laboratório para testar soluções de construção em casas devolutas para replicar a experiência em bairros sociais e ilhas – no fundo tomou como ponto de partida a Reabilitação Urbana e as interessantes experiências do Projecto SAAL (Serviço Apoio Ambulatório Local) que ocorreu entre 1974-76 para tentar corresponder aos problemas da habitação. Essa intenção está na origem da fundação do LAHB Social pelo professor Fernando Matos Rodrigues que funcionou em parceria com a Câmara Municipal do Porto em estudos pela reabilitação de várias ilhas situadas na freguesia do Bonfim.

Mas desde cedo que havia o intento de que o laboratório de habitação se situasse no Bairro de S. Victor. Não se tratava apenas de se aproximarem das circunstâncias da habitação local, no que correspondia à Associação dos Moradores de S. Victor, ou de estudar as ilhas mais próximas do bairro (nomeadamente na Rua de S. Victor), ou de analisar o projecto de Siza Vieira que corresponde ao conjunto de 12 casas desenhadas e erguidas pouco após o 25 de Abril. Tratava-se mais precisamente de reabilitar três casas que foram desenhadas pelo mesmo arquitecto, entre as ruas de S. Victor e das Fontainhas, que pertencem à Câmara Municipal do Porto mas que nunca foram habitadas.

É curioso que enquanto o município se preocupa (ou assim parece) com os problemas da habitação social e que tudo indica que a urgente procura da mesma tenha sido acentuada durante os últimos anos de crise ou que manifeste o interesse em reabilitar as ilhas ao assumir publicamente que tanto os espaços quanto os seus habitantes fazem parte do património do Porto, que estas três casas de Siza Vieira continuem devolutas e que nada do que tanto foi debatido tenha passado de meros intentos.

Fonte:


18/01/2016

A saída do LAHB Social da Ilha da Bela Vista



Tinha tudo para funcionar bem e acabou por não funcionar. É a isto o que se resume a existência de um Laboratório de Habitação Básica e Social para acompanhar a Reabilitação da Ilha da Bela Vista, o que nos deixa apreensivos.

Há muito que estamos familiarizados e destacamos o notável papel do antropólogo Fernando Matos Rodrigues, um dos maiores especialistas sobre os antigos bairros operários e ilhas (embora semelhantes, não devem ser confundidos) instalados durante o século XIX na cidade do Porto. Poucos se deram a um estudo tão extensivos deste género de habitações e comunidades únicas que estiveram em vias de desaparecer ou que lamentavelmente se degradaram até obterem a actual imagem que temos destes locais – pobres, devolutos, sem as mínimas condições para habitação. No entanto, através do trabalho desenvolvido por Fernando Matos Rodrigues, fomos levados a considerar estes velhos bairros populares e os seus moradores como parte do rico Património do Porto, um património que convinha ser preservado e sobretudo reabilitado para garantir o máximo de qualidade e dignidade para os residentes ainda fiéis às antigas moradas dos seus pais e das suas distintas comunidades (que em muitos aspectos, devido à proximidade entre os vizinhos, ainda são bem mais solidárias do que muitas espalhadas pelos bairros sociais do Porto desenvolvidos durante o Estado Novo e cujo modelo de habitação, infelizmente, ainda não foi inteiramente ultrapassado).

Como fundador do LABH Social – Laboratório de Habitação Básica e Social e no seu acompanhamento no processo experimental de recuperação da Ilha da Bela Vista, equacionando projectos de alunos da Escola Superior do Porto (ESAP), estamos perfeitamente conscientes que Fernando Matos Rodrigues deu um passo importante no sentido de replicar um modelo de reabilitação que futuramente (esperamos) seja aplicado na requalificação das restantes ilhas do Porto. Esse é um aspecto que teremos de frisar dado todo este interesse em menosprezar algo tão importante quanto um LABH Social e o papel de outras disciplinas na área da Reabilitação Urbana. É por isso que lamentamos este afastamento, tão mal-esclarecido, de um verdadeiro profissional e de um valioso meio que ainda podem representar um papel de maior destaque no futuro da requalificação e repovoação do centro da cidade e no debate em torno de um novo paradigma (ainda ausente, mas em meados de ser desenvolvido) para a Habitação Social nos Centros Históricos. 

Fonte:

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