O topónimo deste velho
largo corresponde à ideia de que aqui se localizava uma área rural onde se
pressupõe que terá existido realmente um moinho de vento (no Largo ou nas
imediações, por onde passava o antigo caminho com o mesmo nome). É provável
que, tendo mesmo existido, esse moinho terá sobrevivido até meados do século
XIX, data da configuração do principal edifício que ali se encontra – embora
haja quem aponte as suas origens para o século XVIII.
O edifício de dois
pisos que domina o largo (três, se contarmos com a pequena ampliação no piso
superior), rasgados por uma série de janelas e portas numa disposição simétrica
na fachada principal, onde se destacam os azulejos azuis, parece realmente
corresponder a um velho solar uma quinta que existiria no local. Mas faltam-nos
dados suficientes para saber essa é realmente a sua origem, mesmo sabendo que
foi intervencionado e alterado com o passar dos anos, adquirindo uma disposição
mais “urbana”. Sabemos que um
proprietário que ali residia em 1876 optou por residir uma porta e janela no
Nº4, mas ignoramos se era proprietário de todo o imóvel ou se na época já havia
sido dividido num conjunto de várias habitações (entre duas a quatro).
Posteriormente, nos
anos 20 do século XX são referidas as intervenções de dois diferentes
proprietários que se sucederam. Todas as intervenções se referem ao Nº1 e
dão-nos conta do seguinte: que José Ribeiro da Silva Pena terá reparado uma
empena em 1922 e que Maia e Garcia mandou terraplanar o pavimento, colocar
azulejos, caiar e pintar (os interiores, certamente) e alterar profundamente a
fachada em 1923, confiando o projecto ao mestre-de-obras António Alves da Silva
– é bem provável que devesse ser o (único) proprietário de todo o imóvel,
embora só haja uma referência ao Nº1 e não aos restantes, pelo que os dados
existentes nos causem várias dúvidas.
Pior que não saber mais
sobre a sua história (do edifício e do próprio largo) é ver algo do género com
uma aparência que deixa muito a desejar. O edifício, degradado e vandalizado,
tem as suas entradas emparedadas; o Largo propriamente dito, que terá sofrido
uma intervenção em tempos recentes, embora revele alguma preocupação em ter bancos
e árvores, também deveria sofrer uma alteração mais gratificante – que ninguém
julgue que é saudável tamanha disposição de locais para se sentar tão próximos
de caixotes de lixo (porque não estou devidamente isolados por um muro ou a um
diferente nível de pavimento?), revelando a falta de enquadramento adequado,
pois entre um edifício degradado e tamanhos equipamentos, o mau aspecto e os
cheiros desagradáveis causam um notável desconforto para qualquer transeunte
que por ali passe.
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