
Os Filmes Negros,
infelizmente, são uma das principais patologias do granito nas áreas urbanas,
principalmente em cidades húmidas e com mais elevados índices de poluição, como
é o caso da cidade do Porto (tanto são originados pelo ar contaminado pelos
escapes automóveis como pelos depósitos das chuvas que absorvem os mesmos
poluentes). E se há algo que dá uma aparência verdadeiramente sombria a vários
monumentos espalhados pela cidade é este mal que infelizmente é identificado
como sinal de inércia ou desprezo por quem deveria zelar por um património que
é de todos (Património da Humanidade, relembramos!).
Estes Filmes Negros não
são apenas inestéticos. Estão também associados a processos de degradação
(lentos, mas ainda assim bastante prejudiciais) da própria pedra. Em detalhe,
esta presença escura – e na igreja do convento é mesmo escura – é constituída
por um complexo microssistema onde são identificados vários tipos de fungos,
microalgas e uma matéria mineral ácida originada por estes micro-organismos que
reveste o granito e dá-lhe esta aparência suja.
O município deveria
debater e destacar este problema em particular, mesmo quando falamos de um
edifício que não está sob a sua tutela. Uma cidade aberta ao turismo e habitada
por cidadãos que amam os seus monumentos não pode continuar a deixar passar a
imagem que no Porto metade dos edifícios históricos são negligenciados ou
votados a esta aparência sombria e que não há lei, iniciativas ou princípios
próprios que intervenham.
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