Um dos monumentos mais
devolutos, mas notáveis, de Ermesinde é justamente mais uma das fábricas que
pertenceu ao industrial Manuel Pinto de Azevedo que deixaram de funcionar e que
permaneceram abandonadas até aos dias de hoje.
A Fábrica de Fiação e
Tecidos de Sá é um dos complexos industriais mais antigos da cidade e foi
adquirida por Manuel Pinto de Azevedo em 1928 juntamente com a Fábrica de
Tecidos Aliança de Rio Tinto, tendo como seu primeiro sócio-gerente Amadeu
Vilar. Contando com centenas de trabalhadores e destacando-se pela qualidade
dos seus artigos, Amadeu Vilar era possuído de tamanhas preocupações sociais,
pelo que fez questão de instalar uma cantina e uma padaria exclusiva para os
seus operários, além de uma cooperativa de consumo, onde poderiam abastecer-se
de bens de primeira necessidade.
Numa época em que o
sector industrial tinha a sua maior importância para o desenvolvimento
económico do país e em muitos exemplos as grandes fábricas eram um símbolo
prestigiante de progresso social e tecnológico, a Fábrica de Sá ganhou um
merecido destaque e uma valorização tal que as suas doze (!) companhias
seguradoras tinham sede em Londres (passando posteriormente para treze, bem
assinaladas durante os anos 60).
A fábrica funcionou até
meados da segunda metade do século XX, entrando na época de decadência
industrial que ainda hoje marca o nosso território e se destaca pela completa
machada na produção têxtil (e não só). Tal como outros complexos fabris
abandonados de considerada dimensão, carece de um projeto de requalificação que
a aproveite, podendo servir outros propósitos que não apenas a área de serviços
ou culturais, já que a antiga Fábrica da Telha foi reaproveitada com o mesmo
propósito.
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