O Fundo Nacional de Reabilitação Urbana foi
anunciado em Dezembro do ano passado (2015) pelo Secretário de Estado Adjunto
do Ambiente José Mendes. E, como em tudo com o que lemos ou
ouvimos, procedemos com cautela — ainda há muitas lacunas e questões por
esclarecer em relação a este “fundo”. Aparentemente as linhas de financiamento
irão basear-se no mesmo tipo de verbas disponibilizadas pelo Banco Europeu de
Investimento já reservadas para a IHRU (Instituto de Habitação e Reabilitação
Urbana) e IFRU (Instrumento Financeiro para a Reabilitação Urbana), mas que
pode «ainda utilizar verbas do Fundo de
Estabilização Financeira da Segurança Social.»
Por outras palavras, ainda há verbas disponíveis.
E, de acordo com o próprio secretário de estado: «A reabilitação é uma oportunidade única para revitalização social e
económica das nossas cidades e vilas, mas também para o sector da construção
que tem vivido grandes dificuldades nos últimos anos.»
Até aqui tudo bem. Todos os indícios são claros
no que toca a prioridade dada à Reabilitação Urbana pelo novo governo e —
talvez mais prioritário ainda! — o novo governo entende que são necessárias
várias ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS no
sentido de intervir para uma melhor eficácia de um programa de reabilitação
urbana. A questão principal é em que medida ocorrerão tais alterações
legislativas (claro que ainda é cedo para sabermos, mas isso não significa que
não nos preocupa).
Não é errado gerar as melhores expectativas, pois
Portugal (e a cidade do Porto) evoluiu imenso no que toca a esta matéria. Mas
como em tudo no que toca à nossa experiência com a Reabilitação Urbana, continuamos
a questionar se a eficácia de tal programa não dependerá sobretudo de uma
prática e de um nível de actuação multidisciplinar — reabilitar só por si não
chega, pois uma cidade é muito mais do que bairros e edifícios. É por isso que
queremos ver o que um novo Fundo de Reabilitação Urbana pode prover. Se em
articulação com municípios (e nalguns casos privados) contemplar a urgência em restituir aos centros das cidades parte da sua população original e reabilitar velhos centros de saúde com acessos precários, museus e espaços
verdes que têm de ser devolvidos às cidades, esquadras a caírem de podres e
outros serviços que podem (devem) servir melhor os cidadãos dentro de uma dada
área pronta a ser regenerada tanto melhor!
Fonte:
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-12-15-Governo-vai-criar-Fundo-Nacional-de-Reabilitacao-Urbana
Fonte:
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-12-15-Governo-vai-criar-Fundo-Nacional-de-Reabilitacao-Urbana
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