Alguns dos elementos
mais característicos das típicas casas burguesas do Porto são as suas aldrabas
de ferro, sendo as mais notáveis datadas da segunda metade do século XIX mas
também do início do século XX. O Banco de Materiais da Câmara Municipal do Porto
tem algumas – talvez demasiado poucas – em sua posse e, enquanto não se
valoriza mais ou existe uma norma de protecção sobre este elemento, prevê-se
que os melhores exemplos que já identificamos venham a desaparecer.
Uma das aldrabas mais
conhecidas e até generalizadas são em forma de mão, que já foi designada
erradamente de “Mão de Fátima”, pois
tudo indica que sejam de influência francesa e provenientes do Romantismo, se
bem que careçam de um estudo mais profundo para equiparar a outros exemplares
espalhados pela Europa (e não só).
Por outro lado, temos
as aldrabas em forma de rosto e, embora sejam mais raras e as que restam
estejam em risco de se perderem, em relação às mesmas já temos menos dúvidas
quanto à sua proveniência. São certamente influenciadas pelo Romantismo e
apresentam detalhes revivalistas, tanto mais que várias, compostas de
folhagens, são de inspiração gótica e em tudo se assemelham aos “Green-man” ou Máscaras de Folhagem que surgem em capitéis, frisos e mísulas das
catedrais e igrejas medievais e até manuelinas (tardo-góticas). Uma vez que
identificamos escassos exemplos de rostos com klaft (espécie de turbante ou toucado) egípcio, comprovam a teoria de que
sejam mesmo inspirados pelo revivalismo próprio do período romântico.
Contudo, a maioria dos
exemplares que encontramos, principalmente das peças de maior elaboração, encontram-se
oxidados e a necessitar de um urgente restauro – o que prevemos que,
infelizmente, não venha a acontecer.
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