Nem sempre o património
que é de todos está acessível; e nem sempre tal se deve a motivos de segurança
ou de zelo – em muitas situações o que se passa é mesmo o oposto! Há património
de tal modo votado ao desprezo que os acessos e o mato que o envolvem não
permitem mesmo que ninguém se aproxime para admirá-lo ou reconhecê-lo.
A moradia que se
encontra por detrás de um portão com um interessante gradeamento enferrujado na
Rua do Barão de Nova Sintra é disso um exemplo. Há muito que o mato cresceu de
tal maneira que envolve completamente uma moradia histórica que, por estranho
que pareça, também já esteve classificada e foi reconhecida como património
municipal (nem temos a certeza se ainda mantém o mesmo estatuto). Poucos
adivinharão que por detrás deste portão encontra-se uma ampla propriedade que
se estende até à Travessa de Nova Sintra e à Travessa da China.
Noutros tempos, o que é
hoje uma considerável extensão de mato que cresce de ano para ano
descontroladamente, situava-se não só a moradia forrada a radiantes azulejos
azuis do industrial António Dias Pereira como um armazém de cal, gesso e outros
materiais de construção que funcionou entre os finais do século XIX e inícios
do século XX. Do que sabemos sobre a moradia, completamente submersa pela
vegetação, podemos descrever que se encontra muito danificada e que uma queda
de uma árvore há cerca de 10 anos atrás causou-lhe estragos consideráveis. Tendo em conta o estado de abandono que já se encontra há
algumas décadas, é provável que assim se mantenha durante os próximos tempos.
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