29/03/2016

Moradia Nº140 na Rua Joaquim António Aguiar
























Entre os vários prédios revestidos a azulejos na urbanização do Cirne, no Bonfim, caracterizados por uma ténue ou mais completa influência Art Nouveau, não passa despercebida esta antiga moradia na esquina do cruzamento da Rua Joaquim António de Aguiar com a Rua do Duque da Terceira. Os elementos vegetalistas não só marcam presença nos seus azulejos verdes e nos seus gradeamentos como ainda são reconhecidos através da sinuosidade de molduras das janelas e portas ou de outros contornos que lembram a arquitectura barroca – se bem que mais estilizada.

As acácias das ruas ensombram um pouco o imóvel, mas longe de serem incoerentes com a sua arquitectura e a aprazibilidade que transmite esta velha urbanização, dão-lhe um efeito “vivo”, perdendo apenas por estar abandonado e em processo de degradação.

A moradia foi erguida para nela habitar António Joaquim Moreira de Sousa, que adquiriu o terreno onde se encontra em 1908, confiando o seu projecto a Manuel Ferreira Ribeiro. Todavia, o projecto original foi alterado e rectificado ao longo dos anos, tendo levado a vários acrescentos que são facilmente distinguidos. Mais tarde, com a morte do seu proprietário, a casa passa para as mãos de um sobrinho que a vende a Francisco José Leite em 1922. No ano de 1929 é comprada por Adriano Rebelo de Melo Cabral, que nela habita até aos finais do século XX. Os seus herdeiros venderam a moradia à empresa Valaminaz – Arquitectura e Construção, mas por motivos que nos são alheios o imóvel permaneceu vazio e sem um projecto para reabilitá-lo desde então.

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