21/03/2016

Padrão do Bom Jesus


Causa desconforto pensar que um dos mais importantes monumentos de Matosinhos encontra-se desprotegido e exposto ao vandalismo de uma forma que roça o ridículo ou a pura negligência de quem é responsável por cuidar do mesmo (não há outra forma de descrever a situação). Este conjunto edificado do século XVIII não está só relacionado com uma das lendas mais significativas do concelho como é emblemático e se encontra classificado.

Qual é o motivo então para que à mínima aproximação alguém se pasme pelos danos presentes na azulejaria que reveste a cruz de pedra do altar, pela degradação das esculturas de santos a necessitar de um sério restauro, para que o tecto da abóboda do grande alpendre de granito que o envolve revele escoriações gravosas com sinais de infiltrações de água e que os frontões da fonte que faz parte do conjunto se encontrem quebrados? Não é só um caso de falta de manutenção ou de exposição aos elementos – a altura baixa do gradeamento que o rodeia e a ausência de vigilância adequada é um completo convite ao vandalismo.

Não deve ser difícil zelar pelo Padrão do Bom Jesus e restaurá-lo na mesma medida em que se poderia efectuar a recolha de esmolas de fiéis para começar a fazê-lo, mas essa “solução” monetária serve apenas de sugestão. Se estamos a falar de um dos monumentos mais emblemáticos de Matosinhos, que por acaso nem ocupa uma ampla área, apesar de ser uma joia da arquitectura barroca que merece um dado destaque e importância na organização do espaço, estimá-lo deveria ser uma prioridade.

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