Causa desconforto
pensar que um dos mais importantes monumentos de Matosinhos encontra-se
desprotegido e exposto ao vandalismo de uma forma que roça o ridículo ou a pura
negligência de quem é responsável por cuidar do mesmo (não há outra forma de
descrever a situação). Este conjunto edificado do século XVIII não está só
relacionado com uma das lendas mais significativas do concelho como é
emblemático e se encontra classificado.
Qual é o motivo então
para que à mínima aproximação alguém se pasme pelos danos presentes na
azulejaria que reveste a cruz de pedra do altar, pela degradação das esculturas
de santos a necessitar de um sério restauro, para que o tecto da abóboda do grande
alpendre de granito que o envolve revele escoriações gravosas com sinais de
infiltrações de água e que os frontões da fonte que faz parte do conjunto se
encontrem quebrados? Não é só um caso de falta de manutenção ou de exposição
aos elementos – a altura baixa do gradeamento que o rodeia e a ausência de
vigilância adequada é um completo convite ao vandalismo.
Não deve ser difícil
zelar pelo Padrão do Bom Jesus e restaurá-lo na mesma medida em que se poderia
efectuar a recolha de esmolas de fiéis para começar a fazê-lo, mas essa
“solução” monetária serve apenas de sugestão. Se estamos a falar de um dos
monumentos mais emblemáticos de Matosinhos, que por acaso nem ocupa uma ampla
área, apesar de ser uma joia da arquitectura barroca que merece um dado
destaque e importância na organização do espaço, estimá-lo deveria ser
uma prioridade.
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