Infiltrações de água, tectos a cair, aluimento de pisos e
derrocadas, caixilharias das janelas apodrecidas e sobrecargas eléctricas
sistemáticas na Escola Secundária Alexandre Herculano da autoria de José
Marques da Silva… É isto que relata o JN da passada sexta-feira.
Já há algum tempo que temos dado conta de relatos do género
e já foi anunciado que esta escola, projecto de um dos mais notáveis
arquitectos da cidade do Porto, necessitaria de obras, mas não julgávamos que o
caso fosse tão (apesar da presença de musgo na fachada principal já nos ter
causado alguma preocupação).
Esta escola é um ícone da arquitectura civil portuguesa do
início do século XX e é mesmo difícil acreditar que nos últimos anos não se
fizeram as obras de manutenção mais básicas para evitar prejuízos piores ou
garantir a sua dignidade – tanto mais com as centenas de milhões de euros que
já foram gastos (em parte esbanjados/desperdiçados) com a Parque Escolar! Em
matérias civilizacionais há que saber definir prioridades e antes de se falar
simplesmente do património há que salientar que a Saúde e a Educação não se
brinca; afinal são dois pilares valiosos da nossa sociedade, não são? E com
sentimentos de exclusão deve-se brincar ainda menos, a não ser que queiramos
regredir ao século XIX: o caso desta escola parece descrever um dos mais
tristes problemas que a população do Porto enfrente há décadas (ou talvez mais),
que é a sua divisão por uma área ocidental e oriental, fazendo com que os
habitantes de Bonfim e Campanhã (sobretudo os de Campanhã) continuem a ser mais
prejudicados.
Por curiosidade, não reunimos até ao momento o mesmo tipo de
relatos graves na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, que é justamente da
autoria do mesmo arquitecto e da mesma época… Embora possamos estar errados no
que toca à sua manutenção, a título de comparação, isso dá que pensar.
0 comentários:
Enviar um comentário
(Reservamo-nos ao direito de remover opiniões que, repetidamente, contenham comentários considerados ofensivos e descontextualizados.)