É de salientar que as
obras do escultor José Rodrigues na cidade do Porto nem sempre tiveram a
valorização merecida e que algumas sofreram verdadeiros atentados. A «Anja» dos Clérigos na Praça de Lisboa
foi roubada e seriamente danificada em 2006 para ser vendida como sucata antes
de ser recuperada, a Pantera do Bessa chegou igualmente a ser vandalizada e o
Monumento ao Empresário inaugurado em 1992, na praceta da ligação da Avenida do
Marechal Gomes da Costa à Avenida da Boavista, não só foi vandalizado como
votado ao completo desprezo.
A Câmara Municipal,
actualmente mais aberta à cultura e à valorização da arte urbana, já manifestou
o seu interesse em reabilitar a Anja e devolvê-la ao espaço público onde se
encontrava, assim como em recuperar o Monumento ao Empresário, mas há aqui
várias questões que se colocam: A primeira diz respeito
ao como salvaguardar este monumento do vandalismo, a segunda diz respeito ao
espaço onde está inserido (deverá ser intervencionado igualmente ou modificado
para garantir um maior distanciamento do contacto dos cidadãos com a obra ou
não?) e a terceira diz respeito ao material em que foi executado – há que
reconhecer, o vidro é um material nobre que confere um dado valor estético ao
monumento, mas… O que é que impede de estar sujeito a ser quebrado consoante o
arremesso de pedras e garrafas por parte de vândalos?
Muito gostaríamos de
ver reabilitado o Monumento ao Empresário, mas estas questões têm de ser bem
esclarecidas antes de se pensar em pura e simplesmente recuperá-lo para voltar
a estar exposto a um dos principais males que sofre o património da cidade.
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