10/03/2016

O Monumento ao Empresário

É de salientar que as obras do escultor José Rodrigues na cidade do Porto nem sempre tiveram a valorização merecida e que algumas sofreram verdadeiros atentados. A «Anja» dos Clérigos na Praça de Lisboa foi roubada e seriamente danificada em 2006 para ser vendida como sucata antes de ser recuperada, a Pantera do Bessa chegou igualmente a ser vandalizada e o Monumento ao Empresário inaugurado em 1992, na praceta da ligação da Avenida do Marechal Gomes da Costa à Avenida da Boavista, não só foi vandalizado como votado ao completo desprezo.

A Câmara Municipal, actualmente mais aberta à cultura e à valorização da arte urbana, já manifestou o seu interesse em reabilitar a Anja e devolvê-la ao espaço público onde se encontrava, assim como em recuperar o Monumento ao Empresário, mas há aqui várias questões que se colocam: A primeira diz respeito ao como salvaguardar este monumento do vandalismo, a segunda diz respeito ao espaço onde está inserido (deverá ser intervencionado igualmente ou modificado para garantir um maior distanciamento do contacto dos cidadãos com a obra ou não?) e a terceira diz respeito ao material em que foi executado – há que reconhecer, o vidro é um material nobre que confere um dado valor estético ao monumento, mas… O que é que impede de estar sujeito a ser quebrado consoante o arremesso de pedras e garrafas por parte de vândalos?

Muito gostaríamos de ver reabilitado o Monumento ao Empresário, mas estas questões têm de ser bem esclarecidas antes de se pensar em pura e simplesmente recuperá-lo para voltar a estar exposto a um dos principais males que sofre o património da cidade. 

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