Referenciado durante
demasiado tempo como um dos monumentos mais mal-aproveitados do Porto e com
sinais de degradação elevados, o futuro do antigo Matadouro Industrial de
Campanhã nem sempre pareceu promissor. Faltaram ideias, faltaram vontades,
faltou mais acção e fortes tomadas de medidas no sentido de valorizar um
complexo com um potencial enorme cuja utilidade poderia ter tido um melhor
impacto na freguesia mais oriental da cidade do Porto.
A par do Mercado do Bolhão,
tratando-se igualmente de um monumento municipal e emblemático, a sua
reabilitação era mais que desejada há bem mais do que uma década, sabendo-se
que adiá-la só se traduziria num preço cada vez mais elevado com o passar dos
tempos. Felizmente, talvez porque pela primeira vez em muitos anos a câmara
municipal do Porto parece ter um presidente inteligente ou com maior visão do
que muitos (somos forçados a admiti-lo), o notável edifício do início do século
XX vai ganhar uma nova vida e a sua reabilitação vai-se afirmar como um dos
projectos mais importantes da cidade do início do século XXI.
Apresentando-se orgulhosamente
o projecto em Milão, contando com a parceria entre a CMP e a ESAD (pela
primeira vez em muitos anos o poder local começa a reconhecer o valor dos
designers no que toca a projectos interiores, urbanos ou para equipamento), realça-se
a sua importância em termos de adaptação de um antigo edifício a um propósito
cultural e económico: contará com um museu industrial, galerias para
exposições, áreas reservadas a empresas criativas, espaços sociais e de lazer,
além de zonas ajardinadas.
Mais que um ambicioso
projecto, com ligação directa ao metro e mais próxima à zona do Estádio do
Dragão, trata-se de fazer o que é justo e adequado.
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