28/08/2014

Sede do Banco Pinto Magalhães

Na esquina da Rua Sá da Bandeira com a Rua de Sampaio Bruno localiza-se este prédio envidraçado que já foi definido por cidadãos como mais um "mamarracho", devido ao forte contraste que causa com os característicos edíficios do centro histórico do Porto. Onde hoje se situa este prédio existiu uma fonte em granito que era bem conhecida ainda na segunda metade do século XX. Hoje a Rua de Sampaio Bruno é pedonal e na esquina já não existe prédios típicos ou a fonte, mas sim um edíficio vazio e sem a menor função. 

A sede do Banco Pinto Magalhães é o exemplo de uma arquitectura moderna, à qual podemos reconhecer a influência dos traços de Mies Van Der Rohe (1886 - 1969), cujas teorias influenciaram e ainda continuam a influenciar toda uma geração de arquitectos, incluíndo certamente Fernando Silva (1914 - 1983), que projectou este prédio em 1962 seguindo as linhas racionais que podemos encontrar em muitas obras do famoso arquitecto alemão. O slogan «Menos é Mais» reencontra eco nesta obra, funcionalista, com o mínimo de elementos decorativos possíveis, procurando o seu valor expressivo apenas no contraste das fachadas em vidro com as lajes de granito polido que revestem toda uma fachada de canto.


O edíficio não se manteve em funções como sede do Banco Pinto Magalhães durante muitos anos. Após o 25 de Abril de 1974 o banco foi nacionalizado, voltou a ser reprivatizado e a história de como a riqueza e o legado empresarial de Pinto Magalhães (SONAE) acabou nas mãos de outro responsável ou como foram feitos esforços para causar a falência do seu banco em 1972 é uma história algo sombria que aqui não nos atrevemos a descortinar. 

Certo é que o Banco Pinto Magalhães já não existe. O que dele restou foram outros edíficios vazios e reocupados com novas funções; mas a sua sede permanece ao abandono e todos ignoram se vai continuar a permanecer assim durante mais décadas.

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