São muitos os lugares
marcantes do Cerco do Porto que opôs liberais e absolutistas em combates
violentos pelo controlo da nossa cidade, entre 1832 e 1833. No entanto, o
Quartel de São Brás parece ter sido esquecido como um dos pontos-chave da
defesa do Porto pelos liberais, onde efectivamente existiu uma antiga fortaleza
consagrada ao mesmo santo, que viria a definir o nome da artéria que é hoje a
Rua de São Brás.
Mais tarde, a fortaleza
transformou-se num quartel que foi sede dos telegrafistas, tornando-se mais
tarde a Casa da Reclusão da 1ª Região Militar no ano de 1963. Em 1993 o quartel
foi desactivado pelo Estado-Maior do Exército. A partir desse ano nunca mais
foi dada função alguma ao quartel, quase tão esquecido quanto abandonado.
Curiosamente chegou a albergar o valioso espólio do Museu de Etnografia do
Porto, que proveio de um outro edifício também abandonado − o Palácio de São João
Novo, do século XVIII.
Como presidente da
Câmara Municipal do Porto, Fernando Gomes tentou estabelecer um acordo com o
Ministério da Defesa em 1997 para adquirir o Quartel de São Brás e um novo
acordo quase foi celebrado em 2001 para que a autarquia tivesse direito à
utilização do espaço, mas tal ficou sem efeito. Nesse mesmo ano a Escola
Carolina Michaelis sugeriu a instalação do Conservatório de Música no mesmo
quartel. Mais recentemente, candidatos à Câmara Municipal do Porto que acabaram
por ocupar o cargo de vereadores sugeriram que o quartel fosse utilizado como
um espaço cultural, estando ao dispor de músicos/artistas (ora a associações,
ora a agentes culturais).
O Quartel de São Brás permanece abandonado e
ainda desconhecemos o que lhe reserva o futuro, apesar da notória placa que
assinala a fachada do corpo principal do quartel virada para a Rua de São Brás
como «Património do Estado».
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