Em 1882, o industrial
Carlos da Silva Ferreira requer licença para construir o Nº326 da Rua do
Bonfim, junto à sua já existente fábrica de fiação e tecelagem de algodão (uma
entre várias situadas na mesma rua), que funcionava com pouco mais de uma
dezena de funcionários. O Nº326 servia então de habitação junto à fábrica e apresentava uma fachada nobre, imponente, carecterística da época, com altos janelões rectangulares, uma alta porta e vários gradeamentos trabalhados em ferro.
Já em 1901, quando a
fábrica já passara para a direcção de Manuel Pinto de Azevedo, é requerida uma
nova licença para ampliá-la. A fábrica voltará a sofrer uma nova ampliação em
1916 e, vinte anos depois, amplia-se de tal maneira que toma conta do interior
do edifício, com o intuito de melhorar as condições de higiene e trabalho dos
seus operários, contando com projectos dos arquitectos Manuel da Silva Passos
Júnior e Leandro de Morais, ambos discípulos de Marques da Silva, com a
participação dos engenheiros Mário Borges e Jorge Vieira Bastian.
Manuel Pinto de Azevedo é um dos maiores empreendores da sua época e este edifício testemunhou-o. Criou um autêntico império industrial e destacou-se na sua actividade política, bem como a preocupação social pelos seus operários. Se não tivesse sido o forte investimento deste industrial, a Rua do Bonfim, bem como a freguesia, jamais seria a mesma.
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