28/01/2016

Aldrabas do Século XIX

Alguns dos elementos mais característicos das típicas casas burguesas do Porto são as suas aldrabas de ferro, sendo as mais notáveis datadas da segunda metade do século XIX mas também do início do século XX. O Banco de Materiais da Câmara Municipal do Porto tem algumas – talvez demasiado poucas – em sua posse e, enquanto não se valoriza mais ou existe uma norma de protecção sobre este elemento, prevê-se que os melhores exemplos que já identificamos venham a desaparecer.

Uma das aldrabas mais conhecidas e até generalizadas são em forma de mão, que já foi designada erradamente de “Mão de Fátima”, pois tudo indica que sejam de influência francesa e provenientes do Romantismo, se bem que careçam de um estudo mais profundo para equiparar a outros exemplares espalhados pela Europa (e não só).
Por outro lado, temos as aldrabas em forma de rosto e, embora sejam mais raras e as que restam estejam em risco de se perderem, em relação às mesmas já temos menos dúvidas quanto à sua proveniência. São certamente influenciadas pelo Romantismo e apresentam detalhes revivalistas, tanto mais que várias, compostas de folhagens, são de inspiração gótica e em tudo se assemelham aos “Green-man” ou Máscaras de Folhagem que surgem em capitéis, frisos e mísulas das catedrais e igrejas medievais e até manuelinas (tardo-góticas). Uma vez que identificamos escassos exemplos de rostos com klaft (espécie de turbante ou toucado) egípcio, comprovam a teoria de que sejam mesmo inspirados pelo revivalismo próprio do período romântico.

Contudo, a maioria dos exemplares que encontramos, principalmente das peças de maior elaboração, encontram-se oxidados e a necessitar de um urgente restauro – o que prevemos que, infelizmente, não venha a acontecer. 

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